quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Europa precisa de novas regras para lixo nuclear, diz relatório

A energia nuclear é apresentada por seus defensores como uma alternativa à queima de combustíveis fósseis.


Um esboço de relatório vazado da Comissão Europeia diz que a Europa deveria resolver o problema do lixo nuclear forçando a indústria a pagar para que ele fosse estocado nas profundezas do subsolo, onde seria supervisionado por sentinelas independentes.

CHRISTIAN CHARISIUS/REUTERS
CHRISTIAN CHARISIUS/REUTERS
Trabalhadores em mina testada para servir como depósito de lixo nuclear na Alemanha.


"A situação atual da administração do combustível gasto e do lixo radioativo nos Estados-membros da UE não é satisfatória", diz o texto.

O comissário de Energia da Europa, Guenther Oettinger, vai propor novas regras com força de lei em 3 de novembro, para abrir um caminho mais seguro para a renascença da geração nuclear de energia em países como Reino Unido e Alemanha.

A energia nuclear é apresentada por seus defensores como uma alternativa à produzida pela queima de combustíveis fósseis, e que gera gases causadores do efeito estufa.

A melhor opção para dispor do combustível nuclear usado é um "depósitos geológicos profundos" - cavernas em rochas argilosas ou de granito com 100 a 700 metros de profundidade - diz o relatório, que vai informar a futura diretriz europeia para lixo nuclear.

A região produz cerca de 50.000 metros cúbicos de lixo radioativo, dos quais cerca de 500 metros cúbicos são muito ativos, diz o grupo Foratom, que representa a indústria do setor.

Grupos contra o uso da energia nuclear saudaram as medidas para garantir maior controle público, avaliação independente do lixo e o pagamento dos custos pelas operadoras nucleares, e não pelos contribuintes.

Mas acusaram os assessores de Oettinger de ignorar as sérias dúvidas que existem a respeito dos depósitos subterrâneos.

"Há lacunas na ciência, e nenhum depósito existe atualmente, ainda assim a comissão alega que se trata de um método comprovado", disse Jan Haverkamp, do Greenpeace. "Tememos que uma área de despejo possa lançar lixo nuclear de alto nível no lençol freático por centenas de milhares de anos".

A Foratom responde que 30 anos de pesquisa no desenvolvimento de depósitos profundos provam que o método é factível. "Como uma barreira natural, a formação rochosa garantirá a segurança ainda melhor do que seres humanos poderiam", disse o representante Christian Taillebois.

Em SP, emissão de gases-estufa do lixo cresce 58%

Nos aterros sanitários do Estado ocorre lançamento de metano, um gás que contribui para o aquecimento do planeta.


As emissões de gases-estufa provenientes dos resíduos sólidos aumentaram 58% no Estado de São Paulo entre 1990 e 2008. No primeiro ano avaliado, o setor lançou para a atmosfera 5,8 milhões de toneladas desses gases, que provocam o aquecimento global. Após 18 anos, o número passou para 9,2 milhões de toneladas.

Os dados foram divulgados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e farão parte do primeiro inventário estadual de emissões. Do total, 55,7% correspondem a emissões de aterros - enquanto os efluentes industriais contribuem com 17,5% e os efluentes domésticos, 26,4%.

O estudo faz o cálculo também das emissões decorrentes do lixo por habitante: passaram de 205 quilos de gases-estufa em 1990 para 234 quilos em 2008 - um crescimento de 14%.

Uma das causas para o aumento das emissões é o fato de que as pessoas estão consumindo cada vez mais e, dessa forma, gerando quantidade maior de resíduos. O documento está em consulta pública no site da Cetesb (cetesb.sp.gov.br).

De acordo com Oswaldo Lucon, assessor de gabinete da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, outra razão é a redução dos lixões em São Paulo. Isso porque "quando os resíduos orgânicos vão para o lixão a céu aberto, sofrem pouca decomposição anaeróbia" - situação em que bactérias anaeróbicas, que sobrevivem na ausência de oxigênio, conseguem decompor os resíduos orgânicos.

No início de 2007, o Estado contava com 143 lixões. Agora, só existem 3 em operação - em Presidente Prudente, Vargem Grande do Sul e Peruíbe. Isso é positivo, claro. "Porém, com mais aterros controlados, temos maior emissão de metano. E até agora ainda não há muita recuperação desse poluente."

Nos Aterros Bandeirantes (na zona norte da capital) e São João (na zona leste), por exemplo, existe a iniciativa de captar metano para gerar energia elétrica. Em 2006, a concessionária da Prefeitura de São Paulo para exploração dos resíduos do Aterro Sanitário Bandeirantes, a Biogás Energia Ambiental S/A, fechou um negócio com um banco alemão no valor de cerca de R$ 58,5 milhões referente à venda dos créditos de carbono da redução das emissões no local.

A iniciativa de captação de metano já pode ter tido algum efeito: depois de crescerem quase ininterruptamente até 2006, as emissões de gases-estufa dos resíduos sólidos tiveram uma ligeira queda em 2007. Em 2008, as emissões subiram novamente, mas ainda assim foram menores que as de 2005 e 2006.

Capital. Foram somadas as emissões de metano de aterros da capital, com maior população urbana do Estado, e foi feita a comparação com as emissões dos aterros de todo o Estado de São Paulo. O resultado é que as emissões de aterros no município representam 31% do total.

"Isso reforça o entendimento geral de que essas emissões estão ou podem estar concentradas em poucos empreendimentos e que mais projetos de créditos de carbono devem ser implantados", afirma o relatório.

Como cortar. Na opinião da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o setor não pode se contentar apenas em captar metano nos aterros.

Para Carlos Silva Filho, diretor executivo da Abrelpe, é fundamental minimizar a geração de resíduos. E ele defende, por exemplo, a troca do combustível por um mais limpo, como gás natural, biodiesel e etanol, nos veículos de coleta do lixo. Também ressalta que, com aterros cada vez mais distantes, os resíduos poderiam ser transportados por trens em vez de em carretas. "O setor tem potencial para ser um redutor de emissões", afirma.

A questão, agora, é saber se vai haver esforço nesse sentido. Uma dificuldade é uma lacuna de legislação: o metano não está na meta climática de São Paulo - que fala em cortar 20% das emissões especificamente de dióxido de carbono até 2020 - em relação ao que se emitia em 2005. Não há, dessa forma, uma obrigação para cortar as emissões de todos os gases de efeito estufa.


PARA LEMBRAR

Lei nacional proíbe lixões e coloca metas

Em julho foi aprovada a política nacional de resíduos sólidos no Senado. A proposta - que tramitou no Congresso por 19 anos - proíbe lixões, estabelece metas e programas de reciclagem e afirma que cabe às indústrias o descarte de produtos eletrônicos (logística reversa).



Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101107/not_imp636112,0.php

O lixo mais rápido da Europa

Barcelona tem 113 km de tubulações por onde o lixo é transportado a mais de 70 km por hora para ser reciclado ou tratado.


Logo abaixo das ruas de Barcelona, existe uma outra malha de tráfego. A uma profundidade de 5 metros, o lixo de casas, escritórios e até hospitais da capital catalã viaja a uma velocidade de cerca de 70 quilômetros por hora por meio de 113 km de tubulações, rede a vácuo que literalmente suga os resíduos produzidos pela população. Todas as vias conduzem aos mesmos destinos, centrais de armazenamento onde o material é processado, estocado em contêineres e finalmente levado a estações de reciclagem ou de incineração.

A chamada coleta pneumática, desenvolvida pela empresa sueca Envac, transformou a gestão de resíduos de Barcelona desde que foi adotada, no início dos anos 90. Hoje a cidade tem 30% do lixo coletado em oito pontos. Cada uma dessas malhas subterrâneas é independente, conectada por dutos a uma central específica. Pode parecer futurista demais, mas existem 600 redes semelhantes espalhadas por 150 cidades de todo o planeta.

As vantagens ambientais são muitas: o fim dos caminhões de lixo, a diminuição das pilhas de sacos nas ruas e o estímulo à coleta seletiva, já que cada tipo de resíduo – reciclável, não-reciclável e orgânico – é lançado na rede subterrânea separadamente e vai para contêineres próprios.

"A ausência de caminhões de lixo evita odores, acúmulo de lixo e melhora o tráfego. Além das vantagens ambientais, o sistema proporciona um melhor aproveitamento do espaço urbano”, afirma Carlos Vazquez, chefe do Departamento de Gestão de Resíduos da prefeitura local.

O bairro de Lesseps, no distrito de Gràcia, adotou a coleta a vácuo recentemente, em 2009. O presidente da associação de moradores, Josep Maria Flotats, é um dos entusiastas do sistema, que atende 5,6 mil pessoas em Lesseps. “O bairro está mais bonito, limpo e sem odores. Não há mais acúmulo de lixo pelas ruas à espera dos caminhões de coleta, cuja ausência também tornou o bairro menos barulhento”, conta o barbeiro de 65 anos, que organizou uma visita à central de coleta para os moradores no fim do ano passado. “É importante mostrar à população para onde de fato está indo o lixo que ela produz. Todos ficaram satisfeitos.”

O vice-presidente da Envac Iberia, Albert Mateu, que administra os sistemas na Espanha e em Portugal, afirma que a coleta a vácuo deve cobrir 70% de Barcelona até 2018, ano em que a empresa espera concluir as outras redes de coleta projetadas para a cidade. “Infelizmente, não é possível chegar a 100% por conta de alguns bairros com pequenas colinas e irregularidades no terreno, que inviabilizam a instalação dos dutos”, explica.

Barcelona instalou o primeiro sistema de coleta subterrânea para os Jogos Olímpicos de 1992. O sistema criado para a vila olímpica construída com tecnologias sustentáveis no bairro Poblenou, a noroeste da cidade, atende ainda hoje a 4,4 mil residências. O exemplo da vila deu origem às outras sete redes de coleta, que, 18 anos depois, beneficiam aproximadamente 324 mil moradores.


Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vida,o-lixo-mais-rapido-da-europa,644624,0.htm

Em Julho de 2010...

Projeto de Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos é aprovado no Senado

A aprovação se torna fundamental para mudar a realidade do País, que ainda conta com a disposição inadequada de 43% dos resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil


O País deu um importante passo com a aprovação do Projeto de Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, ontem (07/07), pelo Senado. A decisão aconteceu em reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), de Assuntos Econômicos (CAE), de Assuntos Sociais (CAS) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) e depois com a aprovação definitiva no Plenário.

”Trata-se de um importante avanço para o País, resultado de quase duas décadas de debates”, avalia Carlos Roberto Vieira da Silva Filho, diretor executivo da ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, que acompanhou de perto a votação no Congresso Nacional. Para a entidade, que há mais de 30 anos representa o setor de resíduos sólidos no País, a proposta da PNRS é aprovada com importantes alterações.

Entre as mudanças está a exclusão do parágrafo 1º do artigo 9º, que tornará possível a implementação de projetos de recuperação energética de resíduos. Na versão anterior, os projetos de aproveitamento do lixo para geração de energia apenas seriam permitidos em situações em que todas as demais soluções para destinação final houvessem sido esgotadas, situação esta que praticamente inviabilizaria projetos nesse sentido.

O aperfeiçoamento dessa questão foi também decisivo para outra mudança importante. A exclusão do parágrafo único, do artigo 55, que abria a possibilidade para estados e municípios fixarem prazos diferenciados maiores para cumprimento das disposições da lei em relação à adequação da destinação final de resíduos.

“Pela proposta passa a valer a regra do caput, que estabelece quatro anos para cumprimento das disposições da política e adequação da destinação de resíduos, o que é perfeitamente possível em virtude do conjunto de disposições da lei e trará um grande avanço para o país em benefício do meio ambiente”, observa o diretor executivo da ABRELPE.

A aprovação da PNRS se torna fundamental para mudar a realidade do País, que ainda conta com a disposição inadequada de 43% dos resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil (o equivalente a 22 milhões de toneladas), que são encaminhados para aterros controlados ou lixões. Há ainda mais de 7 milhões de toneladas de lixo que sequer são coletadas, e acabam abandonadas em córregos e terrenos baldios.

Para Silva Filho, as diretrizes estabelecidas pelo projeto de lei da PNRS vão permitir avanços concretos para o setor, possibilitando que cada município faça um planejamento de longo prazo que contemple toda a cadeia dos resíduos sólidos, não só o gargalo da ponta, ou seja, a destinação final.

Fonte: Margarete Storto


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Uma possível utilização do material inerte para a produção de energia em Parapuã

Na usina Cotralix ainda não está disponível este tipo de tecnologia para gerar energia com o lixo, mas existem algumas empresas que já procuraram se informar sobre a usina e outras espalhadas pela região através de reuniões, para tentar construir uma usina que pudesse gerar energia com a queima do lixo, mas essa tecnologia além de ter um custo muito alto (cerca de R$ 2.000.000,00) é muito difícil de ser instalada em pequenos municípios.

Um exemplo desse tipo de geração de energia é a empresa Dacal (Destilaria de Álcool), que usa o resíduo, neste caso o bagaço de cana-de-açúcar, para gerar energia utilizada dentro da empresa, isso reflete na conta de luz com a economia de verba que pode ser utilizada para outras áreas.

Projetos realizados e previstos para o beneficio no município de Parapuã

* Pelo fato existir uma pequena quantia em dinheiro investida na área do meio ambiente, tanto no município, quanto no estado, existem vários projetos em conjunto com parcerias que apõem, no caso de Parapuã, no ano de 2009, houve uma parceria com a empresa SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), na realização de um projeto que visa à diminuição do uso de sacolas plásticas, que iria beneficiar diretamente a usina de lixo, pois seria menos lixo, porque nos dias atuais a sacola é usada para colocar o lixo e na usina não é usada, sendo aterrada no solo. Este projeto foi mandado para a bancada da SABESP, que apoiaria a realização ou não.

Além deste projeto, já foram mandados outros dois projetos, um já foi aprovado, com o ganho de R$ 46.340,00 para o reflorestamento do Córrego Drava em Parapuã, o segundo que ainda esta em fase de aprovação foi à compra de sacolas de algodão cru, visando o beneficio dos cidadãos que irão adquirir esta sacola, pois quando for ao mercado fazer pequenas compras, ao invés de ficar pegando varias sacolas plásticas nas compras, a pessoa estaria utilizando a sacola de algodão, reduzindo a quantidade de lixo final nas usinas, mas isso depende de decisão e da verba concedida e não existem apenas estes projetos, mas sim outros que estão em fase de idealização.

* Existe um convênio com uma empresa que realiza a coleta de pneus, que antes poluíam córregos, estradas, vicinais e terrenos, hoje eles estão todos armazenados em um local coberto determinado pela prefeitura, para não ocorrer casos de dengue e outras doenças, estes pneus também são descartados pelas borracharias que são levados a estas localidades. Quando este depósito está completo, a prefeitura comunica a empresa, que os coletam e realiza a reciclagem para o uso em asfalto, na fabricação de novos pneus, até mesmo em cercas, etc.

Problemas

* Com as chuvas decorrentes do ano de 2009, o liquido gerado pelo lixo chamado de “chorume” estava poluindo e contaminando o solo, por causa disto, o pátio onde se descarregava o lixo foi concertado, mas mesmo assim foi enviada uma multa por fiscais, lembrando que ainda nos dias de hoje existem usinas espalhadas pela região que tratam o lixo de forma totalmente errada, irregular e continuam abusando.

* Com o passar do tempo pela falta de recursos e pelo aumento do consumo exagerado do lixo dificulta a sua manutenção, pois torna- se difícil, já que a estrutura da usina é quase igual à de dez anos atrás, realizar a separação do lixo nas peneiras que deixam resíduos e na compostagem para misturar o lixo, que é impossível de realizar isso em dias de chuva, mas existe um projeto que foi enviado a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo para cobrir o pátio inteiro continuando sem intervenções o manuseamento do lixo em dias de chuva.

* Um problema constante é quando os caminhões apesar de passarem na porta das casas dos cidadãos, certos indivíduos abusam e jogam o lixo em córregos, estradas, vicinais da própria cidade e em terrenos baldios, para que isso não venha ocorrer são realizadas campanhas nas ruas pela cidade ressaltando o tem meio ambiente e lixo, principalmente isso ocorre e escolas, porque educando as crianças de hoje, teremos jovens conscientes no futuro.